Escolhido para ser o representante brasileiro a uma indicação ao “Oscar” 2021, na categoria de Melhor Filme Internacional e candidato a uma vaga na disputa para Melhor Documentário, “Babenco, Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Bárbara Paz, estreia no próximo dia 21 de fevereiro no Canal Brasil (150 e 650 HD da NetClaro).

A grande produção corria o risco de não ser vista nos cinemas pelo grande público, devido à pandemia do novo Coronavírus.

Bárbara Paz (na foto de capa com Hector Babenco), em entrevista à revista MONENT, falou sobre o processo de filmagem, a concepção, a forma intimista que o filme foi realizado, ao retratar a vida de seu marido, o cineasta Hector Babenco.

Segundo especialistas em cinema, o longa-metragem de Bárbara Paz foge do padrão do gênero. Não parece ser, exatamente, um documentário. Bárbara explica que sempre quis fazer um filme sobre a vida de seu marido, o cineasta Hector Babenco (1946-2016), diretor de Pixote: A Lei do Mais Fraco (1981); O Beijo da Mulher-Aranha (1985); e Brincando nos Campos do Senhor (1991), com seu olhar. “Eu sempre quis fazer como se fosse um conto. Então, fui seguindo o meu instinto, o meu gosto. Cada momento, cada frase, cada imagem tem um significado”, diz.

Hector Babenco tinha um tipo de câncer incurável e devia conviver com ele toda a sua vida. Fez seus filmes doente e em constante tratamento. Bárbara conta que conviver com a morte, faz as pessoas paralisarem, mas, no caso do Babenco, a ideia da morte transformou seus filmes em obras-primas. “Como driblar a morte e o inesperado? Foi isso que eu quis contar. A vida dele e me mostrando por trás disso tudo”.

O filme já recebeu o prêmio de Melhor Documentário em Veneza, Itália. Bárbara conta que, mesmo com o passar do tempo, acredita que o filme foi “ganhando um novo significado. Eu fiz o filme que queria fazer, gostem ou não, um retrato desse homem, um olhar de amor”, diz. A cineasta lembra de como seu marido brigava com ele e dava dicas de como ajustar o foco da câmera, por exemplo. “Essa cena não deveria existir. Era resto. Mas, quando a roteirista Maria Camargo a viu, disse que não poderia ficar de fora do filme, porque o seu personagem tem que existir também”, contou.

Para Bárbara, a memória de Héctor Babenco estará imortalizada no filme. “Héctor era um homem que não queria ir embora de jeito nenhum. Lutava muito para se manter vivo. Eu quis realmente que meu filme falasse sobre isso”.