Eu sou aquela...
Mulher
transexual ou travesti,
A quem, a vida,
e com o passar do tempo
muito me ensinaram.
Ensinaram-me a nunca temer,
amar a vida,
a ser criteriosa, resiliente, e
jamais desistir da luta.
Recomeçar em cada possível derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar no valor das pessoas,
e, ser mais otimista.
Aprendi a acreditar
numa força espiritual imanente
que vai ligando meu ser
numa corrente luminosa
de fraternidade e amor divinal.
Aprendi a crer na solidariedade,
na sororidade
e na dororidade das mulheres pretas.
Aprendi com a superação dos meus próprios erros,
com angústias do presente
E com outras e novas possibilidades...
Ressurgir.
Aprendi com as mais novas Travestis.
Exalto sua confiança,
generosidade e idealismo
de uma matripotência traviarcal,
ou melhor,
num traviarcado,
onde a inclusão é possível
e nas várias possibilidades de amor.
Aprendi a crer em milagres,
na ciência
e, na descoberta de uma profilaxia
futura
da transfobia, dos erros e violências do presente.
Aprendi que mais vale lutar
e resistir...
Ser insurgente, transgressora...
do que só me omitir ou me recolher.
Aprendi antes acreditar em mim,
do que duvidar do meus anseios
e das minhas convicções sociais e filosóficas...
Enquanto, ser pensante e como
Mulher!