A bancada de vereadores do PT da Capital cometeu ontem, dia 20 de outubro, um erro político histórico ao votar, em primeiro turno, a favor dos Projetos do Prefeito Ricardo Nunes do MDB/PSDB.

O Projeto de Lei 651/2021 trata da bonificação por resultados, das gratificações e da retirada das faltas abonadas. O PL 652/2021 fala sobre a atualização do valor de alguns benefícios.

Esses Projetos de Lei, diga-se de passagem, neoliberais, retiram direitos dos trabalhadores. Mesmo que tenha havido um acordo com a base do governo para que as emendas da bancada petista fosse apreciada, a votação favorável em primeiro turno é inexplicável. Nessa fase de tramitação de um Projeto de Lei é quando há medição de forças políticas.

Quero deixar claro que esse erro inacreditável da bancada certamente respingará nas candidaturas de Lula à Presidência da República, e a de Haddad, ao governo do Estado.

A bancada parece ter perdido a visão do todo o processo político. Ao contrário, os deputados estaduais do PT não cedera às ameaças do governador e acertam ao votar contra o PL da Morta apresentado por João Dória. A bancada federal idem. É aguerrida e faz um enfrentamento contra a política da morte do governo Bolsonaro. Mas, a bancada de vereadores de São Paulo deram de ombros às consequências do que representará esse acordo com o prefeito Nunes, do MDB.

Direitos não se negocia, se cumpre. Uma lição que o movimento sindical ensinou ao longo da história. Mas, a bancada esqueceu que não se negocia, nem se flexibiliza direitos adquiridos dos trabalhadores, em hipótese alguma. Principalmente, nesse momento político que vive o país. Não pensou nas consequências que esse acordo pode acarretar aos cenários políticos estadual e federal. Pensou e agiu com próprio umbigo. Não escutou a voz da militância. Não escutou os vários setores da sociedade civil organizada e, muito menos, os dirigentes dos sindicatos representativos da base dos servidores municipais. A bancada parece que não quis ou não teve o interesse em fazer o enfrentamento político e acabou negociando “migalhas”. A impressão é que a bancada fechou os olhos para os últimos atos dos funcionários públicos municipais que ocorreria há alguns metros de distância dos seus gabinetes.

Cabe uma pergunta; a bancada não aprendeu nada durante o enfrentamento ideológico com a direita e extrema-direita brasileiras?

Nota do PT

Enquanto redigia esse artigo, o Diretório Municipal do PT divulgou a nota a seguir. É aguardar pra ver.

PT apoia luta dos servidores públicos contra o ataque de Nunes aos direitos dos trabalhadores

O Prefeito Ricardo Nunes (MDB) enviou à Câmara Municipal um conjunto de Projetos de Lei e o PLO 07, uma soma do pior retrocesso jamais visto contra os Servidores Públicos Municipais.

O Partido dos Trabalhadores, que instituiu em suas gestões conquistas como o Estatuto do Magistério, posiciona-se de forma contrária aos projetos e pede que a Câmara Municipal se coloque em negociação com as categorias dos Servidores Públicos Municipais que encontram-se em Greve Geral.

Não é possível que os esforços no combate à pandemia e às perdas irreparáveis sejam retribuídas pela Prefeitura de São Paulo com retirada de direitos.

Apoiamos o movimento de Greve e orientamos a bancada de Vereadores do PT a se posicionar com veemência contra todo projeto de sucateamento dos Serviços Públicos Municipais e em defesa dos Servidores Municipais.

 

Executiva Municipal do PT de São Paulo

 

 São Paulo, 21 de outubro de 2021