“Constelar” é expandir a consciência através de um novo olhar para nossa história.

Desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão, Bert Hellinger, a Constelação Sistêmica Familiar é uma ‘terapia breve’, que nos direciona para soluções através de compreensão do que nos impede de viver a fluidez em todos os setores da vida, o que nos impede a conquista de resultados efetivos. Possibilita uma diferente perspectiva, compreendendo que tudo o que sou hoje é resultado direto da minha história, do meu sistema familiar. Através da Constelação, podemos, com amor, respeito e gratidão, romper padrões vibratórios e de comportamentos, eliminar crenças limitantes, soltar emaranhados e seguir livres para servir à vida.

Nos conduz a harmonia através de 3 Leis Sistêmicas, que atuam desobstruindo barreiras e gerando fluidez, desatando nós e abrindo os caminhos.

  1. Lei da Ordem (gratidão) - Tudo que teve origem anterior precede o que veio depois. A reverência ao que veio antes traz harmonia, gera continuidade, progresso e liberação. Há uma hierarquia natural em que os mais velhos sempre são maiores, prioridade. A Lei da Ordem atua pela necessidade de reconhecimento, reverência e gratidão – aceitação de precedência.
  2. Lei do Pertencimento - Todas as pessoas têm necessidade e direito primário de pertencer ao sistema e devem ser respeitadas e reverenciadas. Assim temos posição irrevogável no sistema.
  3. Lei do Equilíbrio - Dar e receber – O equilíbrio que nos torna iguais. Em um relacionamento, as pessoas envolvidas devem sentir-se igualmente importantes. É crucial que as trocas sejam igualadas, equivalentes.

A família é entendida como um sistema, cada membro ocupa um lugar e se interliga para uma única função. A história deste sistema determina a natureza do campo de energia familiar de cada membro, dos menores detalhes até cada fato marcante vivido – cada homem e cada mulher, o país de origem, os desafios superados ou não, dores, amores, segredos, abortos, adoções, homicídios, suicídios, guerras, traições, honra, desonra...

Daqui a alguns dias, celebraremos o dia dos pais, e sabemos quantas questões vêm à tona por motivos diversos... excesso,

ausência, distanciamento, falta, amor, exemplo, medo.

Como podemos trazer compreensão, entendimento, verdade e aceitação no olhar para o pai e abraçar a fluidez na vida?

“Somente na mão do pai, a criança ganha um caminho para o mundo.” (Bert Hellinger).

Cabe ao pai dar o carimbo de validade em nós, por ele chegamos à plenitude da vida, nossa base para a felicidade. Dele vem a representação da força, poder de decisão, a confiança e capacidade de dizer não, o progresso, a ordem e a autoridade.

Não é preciso amá-lo, é preciso ‘aceitar seu destino’.

A força do pai gera confiança, sensação de proteção e capacidade de lidar com a vida; a fraqueza nos leva à sensação de não capacidade. Quando não existe conexão, quando a relação com ele não é positiva, o sucesso tende a se tornar algo distante e a segurança se torna quase desconhecida. Podemos experimentar fraqueza perante a vida, um vazio que busca ser preenchido, o desafio em decidir, tristeza, repetição de padrão, sentimento de não reconhecimento e falta de valor.

Fêmea e macho, mulher e homem, óvulo e espermatozoide – esta é a base para gerar a vida. Para que possamos vivenciar relacionamentos saudáveis, cada indivíduo deve trazer sua individualidade e, a partir da sua união, a vida é gerada.

Pense na sua história com seu pai, em tudo o que vocês viveram até agora, desde que você estava na barriga da sua mãe. Seja como for, diante de tudo o que aconteceu, da forma como foi... essa é a realidade, essa é a história de vocês. O passado não pode ser alterado, mas pode conscientemente ser ‘aceito’ para, a partir de agora, transformar o ciclo e padrão de comportamento, romper com dores e mágoas. Não é preciso amar e se relacionar como a sociedade nos ensina a idealizar, basta aceitar que este homem, do jeito que é, ele te deu a vida. Se for possível você pode mudar o rumo dessa história e se reconciliar. Se não for, apenas busque aceitação para dar passos mais seguros e firmes a partir de agora.

Assim, você pode nesse momento ‘aceitar o destino’ desse homem, e só então, ‘tomar a sua vida’ e seguir adiante.

Ao ‘tomar’ verdadeira e plenamente em mim a minha mãe e meu pai, recebo automaticamente toda plenitude ancestral. É aceitar a vida. É se conectar com aquilo que puderam nos oferecer, como sabiam naquele momento.

Deixemos com mãe e pai o que pertence ao destino deles, com tudo o que faz parte e tudo que faz falta. É necessário reconhecê-los como pessoas normais e comuns e que vieram de seus próprios emaranhados.

Sugiro uma breve meditação, um exercício para te auxiliar nesse processo.

Escolha um local tranquilo e silencioso por um breve momento.

Acomode-se confortavelmente.

Descruze pernas e braços. Feche os olhos e permaneça com os olhos fechados até o final.

Comece a prestar atenção no ritmo da sua respiração e relaxe.

Visualize seu pai na sua frente – se você não conhecer ou não se lembrar do seu rosto, pode ser uma cor, uma forma, o que vier.

Perceba o que você sente ao olhar para ele e diga:

“Oi meu pai, eu vejo você. E quando te vejo sinto .....” - sinta como é dizer isso.

Continue, diga a ele:

“Você me deu a vida, que é meu bem mais precioso. Mamãe está no lugar de minha mãe, e você, papai, está no seu lugar de meu pai. Eu sou a filha/o filho. Você é maior, e eu menor, porque você chegou antes de mim. Agora, eu tenho consciência de que não cabe a mim julgá-lo. Na nossa história eu senti .... (diga o que você sentiu – amor, gratidão, dor, mágoa, tristeza, falta). Agora eu sei que você fez o que sabia fazer e, neste momento, começo a lidar com meus sentimentos. Essa é a realidade, essa é nossa história. Deixo no passado o que é do passado e escolho seguir adiante. Deixo você com o que é seu e sigo com o que é meu. Eu aceito seu destino e assim posso ‘tomar a minha vida’.”

Sinta como é dizer isso, trazendo verdade para cada palavra.

Se não sentir essa verdade, repita até que sua consciência se abra para esse momento.

Visualize você, diante desse pai, fazendo uma ‘reverência’ e sinta como é.

Agradeça por esse momento.

Volte a sentir o ritmo da sua respiração, a língua no céu da boca, mexa os dedos das mãos e dos pés.

Abra os olhos.

E seja muito bem vinda!

Espero que tenha feito sentido para você.

Assim eu sirvo à vida.

Eu Vejo Vocêॐ

Só Por Hoje, Namastêॐ

Espaço OMॐ Silmara Campos Cintra.