No final de maio deste ano, 49,5% da população brasileira em idade de trabalhar exercia alguma ocupação no país. Pela primeira vez na história, a maior parte da população se encontra desocupada, deixando o Brasil em uma situação muito delicada, pois além de não ter superado a última crise econômica, não está conseguindo lidar com a atual.

Existe um discurso de que, com a retomada das atividades comerciais após a quarentena, o consumo se beneficiaria pelos ganhos de um consumo represado, de que o dinheiro que não circulou nos últimos meses voltaria de uma vez e recuperaria o prejuízo, mas sabemos que a realidade não é esta.

Os consumidores, mesmo com a reabertura do comércio, ainda não voltaram a gastar valores pré-pandemia e isso se dá por dois motivos. O primeiro, é o fato de muitos trabalhadores perderam renda devido o desemprego ou à redução da jornada de trabalho impedindo que estes voltassem a consumir como antes. O segundo motivo é a percepção, pela maior parte da população, de que o perigo representado pela Covid-19 não diminuiu.

Com a recuperação econômica apontando para um caminho lento e gradual, possivelmente, só em 2022, voltaremos aos números econômicos de antes da pandemia. Aqueles números já não eram de um país em boa situação e se soma a isso o crescimento significativo do desemprego no país.  

Milhares de trabalhadores que perderam seus trabalhos e não estavam a procura de um novo devido às regras de isolamento social, agora aumentarão as filas de desempregados que pode chegar a 15 milhões até o fim do ano. Neste cenário, o mal-estar na equipe econômica do Governo vai continuar sendo constante e eles seguirão sendo pressionados por fazerem políticas públicas que garantam renda e investimentos para geração de emprego. E como pudemos ver, o Ministro da Economia Paulo Guedes talvez seja incapaz de fazer isso.