O SARAU DA MARIA VEM AÍ >>> Contemplado pela Lei Aldir Blanc, o sarau propôs como contrapartida a realização de 10 atividades em 2021: serão 5 saraus, 3 shows, 1 evento carnavalesco e 1 feira de livros e artesanato. O núcleo organizador do Sarau da Maria (Arnaldo, Deise, Helen, Lalá e Marici) vai realizar ainda uma live de abertura de ano (no sábado, dia 30, às 20h) divulgando o prêmio e comemorando seu niver de 8 anos, além de homenagear o querido João Emilio (membro da equipe, falecido recentemente). Promoverá também, no final do ano, um encontro festivo reunindo amigos de vários saraus. Por enquanto, devido ao protocolo de prevenção à Covid-19, as atividades serão virtuais, com transmissão pelo Facebook e YouTube. Assim que for possível, os eventos serão presenciais e acontecerão no Clube Vila Maria, como de praxe. Mais novidades serão anunciadas aqui. Aguarde.

PENÉLOPE MARTINS >>> Há tempos acompanho os trabalhos e posts da escritora, contadora de histórias e blogueira Penélope Martins (confira também sua página Mulheres que Leem Mulheres). Nesta semana ela publicou um texto sobre os terríveis acontecimentos em Manaus. Aqui, um resumo de sua indignação (que também é a minha):

“Não consigo encontrar uma só palavra para o que está acontecendo em Manaus. Não consigo ter palavras suficientes para contornar tanto horror. Respiradores, cilindros de oxigênio, máscaras descartáveis, luvas de silicone, seringas, agulhas, álcool, papel higiênico, e o arroz… completamos anos de um país onde só se anunciam faltas. Falta emprego, investimento na ciência, falta valorizar o SUS, falta tudo para a educação pública ser um direito de todas as pessoas. E se uns batem panelas, e se outros fazem textão, falta a percepção para alguns de que não lutamos uns contra os outros, mas contra essa aberração que ocupa o governo federal, sem contar a multiplicação disso em estados e municípios que passam pelo mesmo processo ultra conservador e imbecilizante. Manter a esperança é muito difícil, mas não existe outro remédio para quem deseja continuar vivo”

COVID >>> Em meio à pandemia do Coronavirus, com números assombrosos de infectados e de mortos no Brasil e no mundo, coletivo de artistas procura sensibilizar a sociedade no sentido de celebrar a identidade e a vida das vítimas, iluminando suas histórias’. ‘Espero que nomes consigam tocar!‘ foi criada a partir da  canção “Inumeráveis” (de Bráulio Bessa & Chico César) como uma homenagem às vítimas da Covid-19. O vídeo traz como convidados, além dos dois autores da canção, Neymar Dias, o Coro de Câmara Comunicantus e o Coral da ECA/USP, com direção musical de Gil Jardim e direção de arte de Anderson Penha.

ROBERTA CARVALHO >>> Idealizadora do Festival Amazônia Mapping, que une arte e tecnologia em espaços públicos no norte do país, a artista criou ‘Symbiosis’, trabalho em que projeta rostos em espaços públicos e nas árvores da Floresta Amazônica, mesclando intervenção urbana, fotografia, vídeo digital e instalação. Segundo ela, o projeto propõe agregar ‘imagem e natureza, sendo a natureza hospedeira da arte, criando com ela um novo ser, um uno. E desta relação uma coisa outra é gerada: escultura de luz, uma árvore observadora’

PROAC >>> Deu no Diário Oficial que o governo de SP não vai disponibilizar recursos para projetos culturais do Programa de Ação Cultural nos exercícios de 2021, 2022 e 2023, substituindo o ProAC por um outro programa, o ‘Expresso Direto’. Mais uma vez os produtores culturais não foram ouvidos e ficam sabendo da ‘mudança das regras’ pelos jornais. Não é exatamente isso que se espera de um ‘gestor’ (lembro que, ao assumir a prefeitura, uma das primeiras medidas de Doria foi congelar as verbas da Cultura). Sabendo que a lei Aldir Blanc só tem validade para 2021 e era uma verba complementar, um auxílio emergencial aos artistas (para suportarem o período de pandemia) e não um substituto do Proac, como ficarão as atividades culturais (os espaços, seus produtores e coletivos de artistas) em mais um ano pandemia, isolamento e economia parada?

DIÁLOGOS >>> O dramaturgo Lenerson Polonini e a Cia Nova de Teatro promoveram durante os primeiros meses da pandemia uma série de encontros com personagens da cena cultural brasileira (passaram por lá dramaturgos, produtores, políticos, religiosos, atores e cantores – acesse @cianovadeteatro no Instagram para ver as ótimas entrevistas já realizadas). Assisti a várias delas e parabenizo ao coletivo pelo trabalho. Aqui o bate-papo com o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, cujo discurso indignado, amplo, amoroso e contundente me revigorou e estimulou a agir.

BARULHO D’ÁGUA >>> Espetáculo da Cia Nova de Teatro fez parte do projeto #EmCasaComSesc e foi tema de dois pequenos docs postados nas páginas do Sesc. No primeiro, depoimentos dos atores e produtores . No segundo, um resumo da peça, que aborda o drama dos milhares de refugiados que morrem atravessando o mar Mediterrâneo, critica políticos e governos que tratam a questão da imigração como mercadoria. Texto de Marco Martinelli, com direção e tradução de Carina Casuscelli. Atuam Alexandre Rodrigues (o fotógrafo Buscapé, do filme ‘Cidade de Deus’), Vençam Guigui, Fábio Mráz e Rosa Freitas.

DHARMA SAMU >>> ‘Cidade Fábrica’, sétimo disco da banda Dharma Samu, já está disponível nas principais redes de streaming. Conceitual, o trabalho ‘exprime a relação da cidade e suas estruturas com o ser humano coletivo, sendo a trilha sonora do baile do absurdo’. Com Dharma Samu (sax tenor, barítono, synth, piano, orgão), Pedro Rocha (sax tenor, flauta), Bruno Rocha (baixo) e Fábio Batista (bateria).

BRÁULIO TAVARES >>> A Bandeirola, da editora Sandra Abrano (autora de ‘Vestígios: Mortes Nem Um Pouco Naturais‘), acaba de relançar as coletâneas ‘A Espinha Dorsal da Memória‘ (ficção científica) e ‘Mundo Fantasmo‘, de Bráulio Tavares. As novas edições contam com uma hq, um cordel e poemas postais de Bráulio, que além de escritor, é poeta, compositor e dramaturgo premiado. No vídeo, da época da campanha de financiamento, ele fala dos livros.

GRIÔS DO SAMBA >>> Grupo criado pela historiadora e escritora Rita Alves para valorizar e resgatar artistas e histórias do samba. Participação de membros da Velha Guarda da Mangueira, da neta de Cartola e Dona Zica, da filha do Zé Keti, do presidente da Ala dos Compositores da Mangueira e com apoios significativos, como o do Museu do Samba. Visitem o site e a página no Facebook ou no Instagram.

Arnaldo Afonso é jornalista, responsável pelo blog “Sarau, Luau e o Escambau” e um dos organizadores do “Sarau da Maria”.