No momento em que escrevo esse texto, faltam 21 dias para a posse do Presidente Lula e são anunciados os primeiros nomes de seu ministério. Um novo Brasil se desenha antes mesmo que o novo governo assuma o comando do país.
Estarmos presentes massivamente em Brasília no dia da posse, para nós, significa reafirmar nosso compromisso com a defesa da democracia, com o resultado da eleição de 30 de outubro e o voto de cada cidadão e de cada cidadã brasileiros que elegeram o melhor presidente do Brasil para o terceiro mandato.
Fernando Haddad no comando do Ministério da Fazenda representa a certeza de um olhar afinado com a visão de país que tem o Presidente Lula, priorizando as parcelas mais vulneráveis da população, a classe trabalhadora, o desenvolvimento econômico e social e o combate à fome. Superaremos assim uma visão patrimonialista da economia nacional, na qual os interesses dos grandes empresários, do capital especulativo e das camadas mais privilegiadas da sociedade estiveram sempre à frente, em detrimento dos direitos e interesses do povo.
Flávio Dino no Ministério da Justiça significa, de fato, a promoção da Justiça no nosso país, do ponto de vista de tudo aquilo que o poder executivo pode e deve proporcionar em termos de instituições republicanas e que promovam a igualdade de todos os cidadãos e cidadãs perante a lei. Nada de acobertamentos e favorecimentos, muito menos de perseguições. Será preciso reconstruir o Estado democrático de direito e recuperar a confiança da população nas instituições públicas.
O ex-ministro José Mucio no Ministério da Defesa expressa a vontade do Presidente Lula e a necessidade imperiosa do diálogo com as Forças Armadas, para posicioná-las, de fato, como guardiãs da soberania nacional. É preciso superar rapidamente essa página sombria da nossa história, onde um governo pequeno, desprovido de qualquer compromisso com o futuro da Nação, utilizou alguns indivíduos das Forças Armadas para tentar impor um regime de favorecimentos que trouxe enormes prejuízos aos direitos da população e que foi responsável, direta e indiretamente, pela morte de grande parte dos quase 700 mil óbitos de brasileiros durante a pandemia. Isso sem falar no desvio do Estado de suas finalidades, provocando a volta do nosso país ao Mapa da Fome, da Organização das Nações Unidas, mais concentração de renda, desemprego, miséria e desesperança.
Rui Costa na Casa Civil também é certeza de competência e diálogo no governo. Sucessor da Jacques Wagner no governo da Bahia, fez oito anos de um brilhante mandato e elegeu seu sucessor. Homem da política, será fundamental na arte de articular os desiguais, ajudar a criar pontes entre governo e oposição, para que as necessidades do país e do povo brasileiro se sobreponham a quaisquer interesses mesquinhos de grupos ou indivíduos.
No Ministério das Relações Exteriores, o presidente Lula nomeará o experimentado diplomata Mauro Vieira, que retomará a política externa ativa e altiva do nosso país, como assim a qualificou nosso eterno chanceler Celso Amorim. Esta é uma área onde o Brasil teve e continua tendo severos prejuízos, isolado do mundo pela política desastrosa de Jair Bolsonaro e seu governo. A eleição do Presidente Lula já recolocou o Brasil no mapa político internacional, mas ainda há muitíssimo por fazer.
Finalmente, não menos importante, o retorno de Marina Silva ao Ministério do Meio ambiente também significa uma retomada, porém ainda mais abrangente e amadurecida, do compromisso ativo do Brasil com o desenvolvimento sustentável e a preservação e melhoria das condições ambientais do nosso planeta. Nesse aspecto, o governo Bolsonaro foi dramático não apenas para o Brasil, mas para o mundo. O presidente Lula assumiu compromissos importantes na COP27 no Egito, em novembro, e eles serão honrados desde o primeiro dia de governo.
Outros nomes do novo ministério serão anunciados nos próximos dias e, desde já, me declaro satisfeita com os que foram tornados públicos pelo presidente, porque o Brasil tem pressa de retomar o seu destino e necessita de pessoas humanistas, competentes e comprometidas para que isso ocorra.
De minha parte, como mulher, professora, cidadã brasileira, liderança sindical e parlamentar reeleita do Partido dos Trabalhadores, continuarei trabalhando por esse Brasil no qual acredito e cujo projeto de futuro já começou a ser executado pelo Gabinete de Transição e ganhará força a partir do dia 1 de janeiro de 2023, resgatando mais de 33 milhões de brasileiros da fome e muitos outros milhões do desemprego e da miséria.
Vamos juntos pelo Brasil.