A cinco dias das eleições municipais, o candidato à reeleição, o prefeito Bruno Covas (PSDB), publicou nesta semana no Diário Oficial do Município, DOM, autorização para a reabertura dos Centros Unificados de Educação (CEUs) em São Paulo. A Zona Norte tem sete CEUs em funcionamento e dois para inaugurar.

Os CEUs, assim como as escolas do ensino fundamental, foram fechados por conta da pandemia do coronavírus. Infelizmente, 20 mil paulistanos faleceram devido à Covid-19 e ainda não há nenhuma segurança para afirmar que esta onda de contaminação tenha passado. Pelo contrário, em várias capitais, incluindo São Paulo, o número de infectados continua subindo.

Em função desse quadro, o Sindicato dos Servidores Públicos de São Paulo realizou, na manhã desta terça-feira, 10, um ato de protesto em frente à Prefeitura contra a reabertura dos CEUs.

Informativo do Sindicato relata que, desde julho, o prefeito Bruno Covas tenta reabrir as unidades educacionais em atenção às pressões dos donos das escolas particulares. A Covisa (Vigilância Sanitária), antes de ser desmontada, em agosto, dizia que as unidades escolares só poderiam ser reabertas na fase azul. Segundo a própria Secretaria Municipal da Saúde, a maioria dos alunos que se contaminaram na cidade, era de unidades escolares municipais, onde estão os CEUs. Só depois de muito protesto, o prefeito foi obrigado a voltar atrás.

Segundo o presidente do Sindsep, Sérgio Antiqueira, “mesmo assim, às vésperas do primeiro turno das eleições, em uma jogada eleitoral, Bruno Covas reabre os CEUs sem realização de testes nos funcionários, sem protocolo de segurança recomendada pela própria Secretaria Municipal de Saúde, colocando em risco a vida dos funcionários e da população usuária dos CEUs”, denuncia.

O diretor do Sindicato, professor Maciel Nascimento, diz que as cinco linhas publicadas no Diário Oficial reabrindo os CEUs “não trazem nenhum parecer técnico, não apresenta nenhum protocolo de segurança”. No entanto, Maciel lembra que a propaganda eleitoral do candidato Bruno Covas apresenta uma São Paulo “maravilhosa e sem problemas”. “Servidores da Saúde morreram pela Covid-19 por falta de equipamentos de proteção”, lembra o diretor do Sindicato. “Sem protocolo, sem condições adequadas, sem segurança, os servidores não voltarão ao trabalho”, afirma. O Sindicato colocará à disposição dos servidores todo o aparato jurídico para proteger o servidor de qualquer assédio ou pressão que vier a sofrer por conta da recusa em voltar ao trabalho nessas condições.

Uma comissão de servidores seriam, até o fechamento dessa matéria, recebidos por representantes da Secretaria de Educação. O Sindsep marcou nova manifestação para a próxima quinta-feira, dia 19.

Todos os especialistas apontam a chegada de uma segunda onda da Covid-19, antes mesmo de se controlar a primeira. Os efeitos da reabertura dos CEUs de contaminação e morte só vão aparecer após o segundo turno.


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