A política genocida de Bolsonaro reforça de forma abrupta as vulnerabilidades vividas pela população LGBTQIA+ no Brasil, país que lidera o infeliz ranking mundial de mortes da nossa população. Os avanços que foram conquistados nos governos petistas estão sendo desmontados pelo presidente que se posiciona publicamente com falas LGBTfóbicas e aprova políticas de destruição dos nossos direitos.

Se de um lado a violência contra nós têm aumentado, de outro é possível observar cada dia mais jovens LGBTs se identificando com seu gênero e sexualidade e lutando para serem quem são e amarem quem amam dentro de suas escolas e universidades. As redes sociais e eleições de jovens parlamentares LGBTs também refletem como essa discussão tem se difundido entre a juventude. Entretanto, no Brasil, 70% da população trans nem chegou a concluir o ensino médio e apenas 0,02% ingressaram na universidade.

Dentro desta conjuntura, milhares de estudantes de todo o Brasil se reuniram no dia 14 de julho no Encontro LGBT da UNE, que mesmo on-line se consagrou o maior Encontro LGBT da entidade. Com debates sobre conjuntura, educação, mundo do trabalho, saúde e segurança pública, por meio do Youtube e Zoom oficiais da UNE.

A educação é um pilar de reparação de desigualdade e é pelo acesso e permanência às instituições de ensino, pela possibilidade de ingresso ao mercado de trabalho, pela produção científica que organizamos a luta para dentro do movimento estudantil. Conquistamos muito dentro das universidades, como o direito ao nome social, mas ainda é preciso avançar muito.

É necessário que sejam produzidos cada dia mais estudos e pesquisas sobre a temática LGBT, e que se garanta o incentivo as pessoas que estão fazendo esses estudos. Quando tratamos de permanência nas universidades e políticas, reivindicações como banheiros unissex, acompanhamento psicológico, segurança, moradia, alimentação, transporte, além de cotas para a população trans, precisam ser feitas tanto as universidades quanto ao poder público. Segundo as discussões feitas durante o Encontro, é com essas garantias que poderemos pensar uma graduação com respeito e dignidade a diversidade. Essas reivindicações fazem parte da luta do conjunto da União Nacional dos Estudantes e da Diretoria LGBT que busca alterar essa dura realidade.

A luta por uma saúde pública, universal, sem discriminação, que saiba lidar com nossos corpos e existências é fundamental. Hoje falta informação para o jovem sobre HIV/AIDS e outras ISTs e é preciso que esse debate seja estimulado para que possamos enfrentá-lo coletivamente.

A garantia da retomada de avanços para a população LGBT só será possível com a reconquista da nossa democracia. Precisamos derrotar Bolsonaro e eleger Lula Presidente em 2022!

Autoria
Ingrid Guzeloto é diretora LGBT da UNE