O governador João Doria Jr. anunciou na última quarta-feira (27 de maio) que a quarentena se estenderá até o dia 15 de junho. Mas, anunciou também, que ocorrerá uma saída lenta e gradual da quarentena e, consequentemente, a retomada das atividades econômicas. Essa retomada obedecerá aos estágios de cinco fases propostas por Dória, ao que ele chamou de “Plano São Paulo”.

As medidas começam a valer, a partir do dia 1 de junho em todo o Estado.

Fase 1 (vermelha): apenas os serviços essenciais serão liberados;

Fase 2 (laranja): reabertura com restrições do comércio de atividades de escritório;

Fase 3 (amarela): bares, restaurantes e salões de beleza poderão reabrir com restrições;

Fase 4 (verde): abertura com restrições das academias;

Fase 5 (azul): serão liberados os demais espaços e normalização de todas as atividades, inclusive, com aglomeração.

Inicialmente, conforme determinou o governador, a cidade de São Paulo estaria classificada na fase 1. A quarentena, portanto, seria mantida. Mas, devido às pressões políticas do prefeito Bruno Covas, o governador voltou atrás e reclassificou a Capital na fase 2.

Dória determinou então, que caberia aos prefeitos de cada município decidir pela reabertura dentro dos parâmetros estabelecidos pelo governo estadual.

A revisão de fase, em relação à cidade de São Paulo, gerou uma série de protestos de outros prefeitos aliados, que também reivindicaram ter suas cidades reclassificadas para a fase 2. Cedendo, mais uma vez, Dória reclassificou as cidades da Grande São Paulo, que, assim como a Capital, não apresentam números promissores de queda do índice de infecção.

Essa decisão deixou evidente a reabertura como sendo derivada de fatores políticos e não científicos, já que os números ainda não são favoráveis.

Com o isolamento social aplicado no Estado de São Paulo, o controle sobre a pandemia ainda não foi perdido. Se no início, São Paulo registrava 90% do total de mortes, hoje, São Paulo tem 25% do total de vítimas no Brasil, mostrando que o isolamento vem dando algum resultado, mesmo com a falta de adesão por parte da população ou pela desinformação do governo federal ou, ainda, por questões econômicas.

Os números crescentes levam a maioria dos especialistas a acreditarem ser precipitada a reabertura do comércio e acreditam que, infelizmente, os números tendem a explodir nas próximas semanas, fazendo com que o sistema de saúde, que já opera perto do limite, fique sobrecarregado, o que causaria um dos piores cenários possíveis.

Infelizmente, a tendência não é promissora para a cidade de São Paulo, assim como não é para o Brasil. O brasileiro irá pagar um preço alto por não ter entendido e se comprometido com um isolamento rígido como única forma de controle da Covid-19.