Em 6 dezembro de 2021, escrevi o artigo, aqui no CCN, intitulado “Mas será o Benedito ou será o Alckmin?”. Quem quiser ler ou reler o artigo é só clicar em http://www.ccnnoticias.com.br/politica/nacional/mas-sera-o-benedito-ou-sera-o-alckmin. Confesso que à época fiquei muito decepcionado quando o ex-presidente Lula escolheu o senhor Geraldo Alckmin para ser seu candidato à vice-presidente. Fiquei indignado até. Não era para menos! Fui professor efetivo de História na Rede Estadual de Educação por mais de 28 anos e, por isso, conheço muito bem quem é o senhor Alckmin à frente da Administração Pública. E, como professor de História, voltei ao passado para refletir, pensar, repensar e refletir novamente.

Em 2002, fiquei indignado com a escolha do empresário mineiro José Alencar (PL e depois PRB) e confesso: estava errado. Em 2010, mais indignação agora com a presidenta Dilma Rousseff que escolheu Michel Temer, do então PMDB, para vice.

Refleti e lembrei que todas as vezes que o PT e a esquerda saíram com “chapa puro sangue” para disputar eleições, não lograram sucesso. Em 2004, Marta Suplicy, então no PT, tinha a reeleição garantida. Chegou a liderar as pesquisas com 44% das intenções de voto. Mas, cometeu um erro. Seu candidato à vice deveria vir do PMDB, mas o PT mostrou-se arrogante politicamente e escolheu Rui Falcão para vice. Resultado, José Serra venceu as eleições no primeiro turno e confirmou a vitória no segundo.

Em 2018, o PT lançou o ex-prefeito Fernando Haddad à presidência da República (pelas circunstâncias que todos conhecem). Mas, repetiu o erro ao escolher Manuela D’Ávila, do PCdoB, configurando “chapa puro sangue”. Conclusão, derrota para Bolsonaro (apesar de todas as circunstâncias que conhecemos), que arrebentou o Brasil e, principalmente, com os direitos sociais e os direitos dos trabalhadores ao instituir as reformas Trabalhista e da Previdência.

Em 2020, o PT se superou em arrogância e em disputas internas. Primeiro, não conseguiu definir seu candidato – como pedia o bom-senso – com, pelo menos, um ano de antecedência, ou seja, um período razoável para que o candidato escolhido e o Partido pudessem organizar um grande arco de alianças. Além disso, marcou tardiamente as suas prévias para março de 2020 – que não foram realizadas por conta da pandemia da Covid-19. O PT apresentou aos militantes seis pré-candidatos à Prefeito. Com a desistência e ou abandono de algumas deles, o PT realizou um “mix de prévias” que se transformaram em um desastre político. O vencedor foi Jilmar Tatto. E, para acalmar os perdedores, o PT deu um show de arrogância política ao escolher o Deputado Federal Carlos Zaratini para vice. Conclusão, o PT perdeu tempo e energia internas e o resultado das eleições foi a maior derrota eleitoral da história do PT na cidade de São Paulo. A “chapa puro sangue” amargou um sexto lugar na disputa com míseros 8,65% dos votos, inclusive, com a diminuição da bancada de vereadores.

Outra reflexão cabível: é preciso reconhecer a grandeza do PSOL e, do agora candidato à Deputado Federal, Guilherme Boulos, que mostrou maturidade política e abriu mão da sua candidatura à Presidente para apoiar o presidente Lula nas próximas eleições, já no primeiro turno.

Parece que, desta vez, o PT aprendeu com a história ao firmar a Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), formada por PT, PCdoB e PV; irá coligar-se com o PSB, que indicou Geraldo Alckmin para vice, PV, Rede Sustentabilidade e Solidariedade.

Por tudo isso, e dessa forma, vou de Lula 2022, independentemente do seu vice. Sabem por que? Porque quero meus direitos de volta, quero a revogação da reforma trabalhista, quero a revisão da reforma da Previdência, quero o botijão de gás a R$ 39,00, a gasolina a R$ 2,80, quero o carrinho dos supermercados cheios, quero democracia e respeito. Enfim, quero churrasco de volta no final de semana. Quero Lula presidente!