Infelizmente, mais uma vez, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que se assemelha a cada dia a uma “agência da morte e do veneno”, deu mostras da sua submissão ao governo negacionista e fascista de Bolsonaro.

É bom lembrar que a Agência, meses atrás, compactuou com a morte de milhares de brasileiros ao negar, por interesses financeiros e políticos, que um consórcio de governadores do Nordeste, apesar de já ter comprado, importassem 60 milhões de doses da vacina russa “Sputnik”  (satélite, em russo). Na ocasião, a Anvisa seguiu as orientações do Palácio do Planalto que priorizava negociações com atravessadores e lobistas para a aquisição de vacinas (que jamais viriam ao Brasil), a preços superfaturados ao mesmo tempo em que ignorava a Pfizer e da Astrazeneca. A Anvisa tornou-se cúmplice das mortes que aconteceram no País.

Na semana passada, a Agência voltou a reter vacinas. Desta vez, foi 12 milhões de doses da Coronavc, importadas da China. Utilizou para tanto, argumentos meramente burocráticos;  o laboratório farmacêutico Sinovac “não teria sido vistoriado”. Não contente, a Anvisa impediu também a chegada de 81 milhões de doses da Sputnik. Inacretitável.

Futebol

Ontem, dia 5 de setembro, agentes da Anvisa e da Polícia Federal invadiram a Arena Neo Química, Estádio do Corinthians, para interromper uma partida entre as seleções do Brasil e da Argentina, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Quatar, em 2022, para retirar à força quatro jogadores argentinos que teriam (e ao que tudo indica, verdadeiro) mentido ao preencherem documentos de entrada no Brasil, caracterizando flagrante descumprimento das leis sanitárias do País e, por tanto, passíveis de deportação.

A Anvisa sabia desde sexta-feira, dia 3, que os jogadores argentinos estavam no Brasil, que treinaram na Fazendinha, Estádio do Corinthians, no Parque São Jorge, e, no sábado, foram à Arena fazer reconhecimento do gramado. Por que, então, não notificou a delegação argentina na sexta, no sábado ou no hotel onde estavam hospedados? A resposta é simples: a Anvisa tornou-se uma agência sem nenhuma autonomia e faz política de acordo com os interesses do atual ocupante do Palácio do Planalto.

A Anvisa protagonizou uma vergonha nacional. E, ao meu ver, para preparar os ânimos dos manifestantes que irão à Avenida Paulista neste 7 de Setembro à favor do governo federal.

Por que a Anvisa não notifica e deporta o presidente Jair Bolsonaro que, praticamente, todo o final de semana realiza uma motociata sem máscara protetora e sem nenhum protocolo sanitário? A resposta também é simples: porque é uma agência que faz política em favor deste governo.

Vale lembrar que, nos últimos cinco anos, a Anvisa liberou a utilização de diversos agrotóxicos (verdadeiros venenos), proibidos em vários países, à agricultura brasileira só para beneficiar as grandes produtoras.

A verdade é dura. A Anvisa atuou para animar os fascistas brasileiros neste 7 de Setembro e para mostrar ao STF e ao Congresso Nacional que não vacila em interromper uma partida válida pela Copa do Mundo.

O Brasil passou por grande vexame mundial e o governo federal e a “sua” Anvisa mostraram do que são capazes. Dias piores virão. É preciso resistir e defender as liberdades. O jogo apenas começou.