Em apenas 1 ano, seis meses e 17 dias, dois ministros da Educação do governo Jair Bolsonaro foram demitidos. O primeiro, o colombiano Ricardo Velez Rodrigues, durou apenas 4 meses e sete dias. Foi demitido por causar situações polêmicas no MEC. Velez queria reescrever a história do Brasil, sob o ponto de vista dos militares; instituir a militarização nas escolas do nível fundamental; implantar massivamente o ensino à distância, entre outras medidas que foram duramente contestadas por órgãos de classe. Além disso, o grupo político que apoiava Velez no MEC, bateu de frente com outro grupo político; os seguidores do astrólogo e guru do governo Bolsonaro, o ultra direitista Olavo de Carvalho. Os impasses e os atritos foram tantos que Jair Bolsonaro optou por substituir Velez pelo “olavista” Abrahão Weintraub.

Weintraub, no entanto, permaneceu à frente do MEC, por apenas 1 ano, dois meses e nove dias. E também protagonizou cenas vexatórias. Considerado o pior ministro da Educação que já passou pelo MEC, logo que assumiu, em 9 de abril de 2019, anunciou corte de recursos em universidades federais, as acusou de promoverem “balbúrdia” nos campus  e de cultivarem maconha (nunca comprovado). Cortou verbas para o ensino básico e em pós-graduação, para além da famigerada EC95 (governo Temer) que congelou investimentos públicos nas áreas sociais, como saúde e educação por 20 anos.

Weintraub foi péssimo aluno no curso de graduação em Ciências Econômicas na USP; tirou notas zero em Introdução à Economia, História Econômica Geral e Introdução à Sociologia. Era um notório desconhecedor da língua Portuguesa e deixou vazar o tema de redação, minutos após o início do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em novembro de 2019, quando mais de 6 mil estudantes foram prejudicados.

Weintraub se superou, quando na reunião ministerial do dia 22 de abril deste ano, disse que por ele “mandava prender esses vagabundos, a começar pelo STF”, o que suscitou investigação do Supremo, ato contínuo à sua demissão. Seu último ato foi revogar a política de cotas para a pós-graduação, considerado uma “vingança” contra o povo.