O Estado de São Paulo chegou nesta segunda-feira (18) à marca trágica de 50 mil mortes provocadas pela COVID-19.

De cada quatro brasileiros que perderam as vidas, um é paulista ou morador do Estado. Somente na cidade de São Paulo são mais de 16 mil óbitos.

Apesar da vacinação ter se iniciado ontem, imunizando inicialmente os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia, estamos longe de superar essa grave crise sanitária. 

A questão central é que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas caso tivéssemos uma política estadual que aplicasse um verdadeiro lockdown e criasse um auxilio emergencial do estado, como fizeram Londres, Paris e outras regiões que minimizaram o impacto da pandemia com políticas corretas e não disputas eleitorais.

Vamos a uma análise

O governo federal, com o ex-capitão na cadeira presidencial, não assumiu o papel que lhe cabia nesta crise, ou seja, coordenar um plano nacional e estratégico de combate à pandemia.

Ao contrário. Lavou as mãos e até boicotou inciativas de governadores e prefeitos.

Trocou dois ministros da Saúde de formação médica por um militar especialista em logística.

Minimizou a doença a classificando de “gripezinha”. Insiste até hoje em receitar um medicamento de ineficácia comprovada. E até obrigou o laboratório do exército a produzi-la em massa.

Menosprezou a ciência. Se omitiu em subsidiar insumos com brasileiros morrendo sufocados. 

Debochou da vacina sugerindo que quem a tomasse viraria jacaré. Incentivou o quanto pode aglomerações.

E agora entra numa disputa irracional e de claro viés eleitoral com o governador de São Paulo, João Doria, para ver quem está à frente da imunização.

Ao ponto de entrar em ação com a “logística” das vacinas que não comprou, na verdade, debochou, e agora as vê como a salvação de sua insanidade.

Mas #ELENAO é o único responsável por esse grande número de óbitos que colocam o Brasil no assustador segundo lugar mundial, somente atrás dos EUA.

Enquanto em Brasília temos um negacionista, em São Paulo temos um governante preocupado em fazer marketing com ações de olho na eleição presidencial de 2022.

Aqui toma medidas tímidas de distanciamento social. Calcula preocupado eventual desgaste de uma decisão com quarentena radical, mas necessária como o fazem vários europeus.

Desde a eclosão da pandemia, em março do ano passado, nunca se preocupou em criar condições para realizar testes em massa.

Não vamos nos iludir. Um está à beira da demência e outro é dissimulado. Mas ambos um dia não escaparão da história que os julgará.

Pelas 50 mil aqui, pelas mais de 200 mil mortes no País. Ou o número que cesse até a vacina nos livrar de todos esses males. E que as vozes das ruas nos reconduzam a caminhos sem os impostores.

* Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.