O secretário de Educação do governo Doria, Rossieli Soares, ajuizou uma ação de indenização por danos morais contra a minha pessoa. O motivo foi um pronunciamento que fiz na Assembleia Legislativa.

Na verdade, o Secretário não gostou de um questionamento de um membro da diretoria da APEOESP sobre uma contratação de empresa para o Centro de Mídias da Secretaria da Educação. Encerrou a reunião e, depois, em meu celular, foi grosseiro e gritou, porque eu havia enviado um requerimento de informações para que ele esclarecesse essa contratação. Por isso, fui à tribuna da Assembleia Legislativa e narrei os fatos.

Trata-se de atitude de extrema gravidade para a democracia.

Primeiro, faz parte das atribuições de um deputado ou deputada fiscalizar o poder executivo. Segundo, quem sofreu constrangimento e danos morais fui eu e não o Secretário. Por fim, deputados têm imunidade parlamentar para tratar de qualquer assunto na tribuna e fora dela.

Nunca um secretário da Educação me havia processado, como Presidenta da APEOESP, mesmo quando houve grandes divergências e greves. A atitude desse secretário se iguala às do governo Paulo Maluf, na época da ditadura militar, que tentou estrangular a APEOESP atacando o financiamento do movimento sindical.

Essa ação judicial será rebatida ponto a ponto. Ela se alinha com a forma truculenta e autoritária como o secretário da Educação trata o sindicato e os profissionais da educação, se recusando a manter uma agenda de diálogo. Agora, quer censurar uma liderança sindical e política dos professores e servidores públicos com o objetivo de dar uma capa de legalidade à sua sanha autoritária.

Justamente neste momento em que tenta forçar a volta de todos às escolas em plena pandemia do coronavírus.

Essa ação não me causa temor, pois escolhi o lado certo da história e luto a boa luta.

O que causa preocupação, todavia, é o futuro da democracia em São Paulo.

Professora Bebel

Presidenta da APEOESP

Deputada Estadual