O dia 7 de setembro deste ano, Dia da Pátria, será marcado por um acontecimento importante para o Brasil e os brasileiros. Em todo o país, a população está sendo chamada pelos movimentos sociais, pelo movimento sindical, partidos políticos e personalidades a se manifestar nas ruas em defesa da soberania nacional, duramente atacada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em São Paulo, a manifestação ocorre a partir das 9 horas na Praça da República, no Centro da Capital.

Os ataques não se resumem ao tarifaço de 50% sobre diversos produtos brasileiros exportados para aquele país, como café, carne, maquinário, alguns produtos industrializados, com o declarado objetivo de constranger a justiça brasileira em relação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, por si só inaceitável. Visa também chantagear nosso país em relação à escolha de seus parceiros internacionais, ao uso do Pix, à exportação de nossos minérios estratégicos (as chamadas terras raras, fundamentais para as novas tecnologias), às nossas políticas públicas, como o Mais Médicos, à regulação das big techs e outros assuntos.

Donald Trump, como disse o presidente Lula, pretende ser o imperador do mundo. Com o terceiro mandato do presidente Lula, o Brasil recuperou plenamente seu protagonismo internacional e, como um dos fundadores do Brics, o presidente Lula ocupa posição de liderança na construção de uma nova ordem mundial baseada no multilateralismo e integração do chamado Sul Global (África, Ásia, América Latina e demais países periféricos do sistema capitalista).

Realizar uma grande manifestação também é importante para pressionarmos o Congresso Nacional a aprovar a chamada "pauta do povo": isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, taxação de 10% sobre a renda dos super-ricos, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, fim da escala semanal de trabalho 6x1. Soberania e democracia são necessárias para que o país atenda às necessidades da população.

Também quero, neste espaço, registrar meu repúdio em relação ao escândalo de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e gigantes do comércio varejista, como as redes Ultrafarma, Kalunga e Fast Shop. Para "legalizar" a sonegação de impostos estaduais, sobretudo créditos de ICMS, esses sonegadores pagaram a um dos auditores, que está sendo investigado na "Operação Ícaro", algo em torno de R$ 1 bilhão em propinas. Calcule-se, então, o valor sonegado e desviado dos cofres públicos.

O curioso é que os meios de comunicação, de forma geral, vêm poupando o governador Tarcísio de Freitas de qualquer responsabilidade sobre o problema. Isto não é correto. O esquema funcionava na mais estratégica das secretarias do Governo Estadual, comandada por homens de confiança de Tarcísio. Houve incompetência, falência dos mecanismos de controle, omissão ou conivência? Há algum tipo de financiamento eleitoral envolvido? Qual o montante total de recursos implicado no esquema? A imprensa deveria estar se aprofundando nesse e em outros pontos, tendo em vista, inclusive, que Sidney de Oliveira, dono da Ultrafarma, é conhecido apoiador do bolsonarismo e outros setores da direita, tendo sido agraciado pelo Governo do Estado com a mudança do nome da Estação Saúde do metrô paulistano para "Saúde-Ultrafarma".

Para termos um país verdadeiramente justo e democrático, os meios de comunicação também precisam cumprir seu papel com transparência e imparcialidade.

Autoria
Professora Bebel é deputada estadual pelo PT, segunda presidenta licenciada da APEOESP e colunista do CCN Notícias
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