Embora o Secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, insista em dizer que é possível, a categoria dos professores da Rede Estadual de Educação garante que não há condições adequadas para o retorno das aulas presenciais, ainda esse ano. Se forem obrigados a voltar às aulas, como quer o Secretário, os professores prometem mobilizarem-se para a deflagração de greve na categoria.

Os professores acreditam que é melhor manter o teletrabalho até o final do ano e só voltar com as aulas presenciais, em 2021, desde que as condições nas escolas possam garantir segurança sanitária e o cumprimento de todos os protocolos recomendados. Até porque, não faz sentido nenhum, voltar agora com o ano letivo praticamente no final.

O secretário, no entanto, garante que essas condições existem. Mas, levantamento feito pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção São Paulo – e pelo Dieese, a pedido do Sindicato dos Professores da Rede Estadual, a APEOESP, a grande maioria das escolas da rede estadual não têm condições de ventilação, circulação, sanitários suficientes, bebedouros, locais para alimentação, enfermarias, salas adequadas ao isolamento dos estudantes, bem como funcionários suficientes para a limpeza e higienização recomendáveis.

O diretor a APEOESP, Professor Walmir Siqueira, que dá aulas na EE Senador Paulo Egídio Oliveira Carvalho, na Vila Maria, diz que “não há sentido em voltar às aulas no momento em que há uma segunda onda de Covid-19 na Europa e o Brasil com 5,5 milhões de casos registrados. Nossa pressão fez com que 330 municípios no Estado decidissem voltar às aulas somente em 2021”. Professor Walmir afirma ainda que os professores estão atentos e fiscalizando as reais condições das escolas.

Segundo recente levantamento do DataFolha, 72% da população brasileira é contra a volta às aulas agora. Em São Paulo, 75% dos paulistanos também é contra.

Segundo boletim da Secretaria Municipal da Saúde divulgado há uma semana, a cidade chegou a 368 pessoas internadas com Covid-19, um aumento de 48,7% nas internações em cerca de duas semanas. Ou seja, após várias semanas consecutivas de queda, a capital voltou a registrar aumento no número de internações. A média móvel de internações voltou a crescer e chegou a 520, na última quarta-feira, 4.