Demorou, mas o noticiário da grande imprensa e os economistas, finalmente, perceberam o que a maioria dos brasileiros – aqueles que sentem no bolso e se preocupam com as compras do mês – já haviam percebido: os preços dos alimentos vêm subindo nos últimos meses, e isso é muito ruim para a população mais pobre do Brasil.

É possível identificar três fatores responsáveis por este aumento. O primeiro deles é que a China está ampliando a demanda por produtos alimentícios. O segundo, o Dólar estabilizado em um patamar elevado de R$5,30 e, o terceiro, tem relação com o fato de que o auxílio emergencial possibilitou às famílias mais necessitadas, ampliar os gastos com alimentação.

A variação de preços nos alimentos está, realmente, elevada, podendo chegar a 20% mais caro no caso do óleo de cozinha, de acordo com levantamento da Associação Paulista de Supermercados. Para o economista Fabio Silveira, o acumulado dos últimos doze meses, a inflação deve chegar a 8% nos alimentos. O economista também avalia que a projeção da Inflação para 2020 deve subir de 2,7% para 3,3%.

Com a redução do valor do auxílio emergencial e a possível manutenção dos preços elevados dos alimentos, os próximos meses podem ser de muita dificuldade para uma boa parte dos brasileiros.

Ao perceber o problema, a resposta do governo federal ficou aquém do esperado. O presidente Bolsonaro se limitou a dizer que vai pedir “patriotismo” aos donos das redes de supermercado para que os preços não continuem a subir. O que nem de longe pode ser considerada uma solução.